quarta-feira, 19 de maio de 2010

Crise cai na rotina e Palmeiras "escapa" de fúria da torcida

Se algum desavisado passasse em frente à Academia de Futebol do Palmeiras na tarde desta terça-feira provavelmente não saberia que o clube passa por um momento difícil. Mas apesar da aparente tranquilidade do lado de fora, por dentro dos muros do CT palmeirense a conversa era outra.

Os momentos de crise têm se tornado uma constante no Palmeiras desde que o clube começou a deixar escapar o título do Campeonato Brasileiro de 2009 e a vaga na Libertadores deste ano. Episódios não faltaram: primeiro o goleiro Marcos pediu coragem e personalidade para seus companheiros, na sequência, Maurício e Obina saíram no tapa no estádio Olímpico.

Houve ainda episódios de hostilidade entre torcida e jogadores: primeiro Vagner Love, que forçou saída para o Flamengo, e depois Diego Souza, em negociação para sair do clube. No comando técnico, a direção de futebol não acertou o rumo com Vanderlei Luxemburgo, Jorginho, Muricy Ramalho e agora Antônio Carlos Zago, demitido após desentendimento com o atacante Robert. Ambos foram desligados do clube.

O Terra esteve desde o início da tarde na Academia do Palmeiras para acompanhar a repercussão da saída do técnico Antônio Carlos Zago e do atacante Robert após ambos discutirem no retorno da delegação a São Paulo, depois do empate por 0 a 0 contra o Vasco no domingo, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.

Não houve protesto, torcida organizada na frente da academia ou portões pichados. Além do grande número de profissionais da imprensa, a única movimentação foi de curiosos e amigos de jogadores que precisavam esperar a chegada dos mesmos para entrar na Academia. A Polícia também esteve lá.

Uma viatura da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, uma força tática da Polícia Militar de São Paulo) deixou o local quase ao mesmo tempo em que o primeiro jogador chegou para o treino. Segundo os seguranças do clube alviverde, a presença dos policiais em nada teve a ver com o momento crítico pelo qual vive o Palmeiras. Foi apenas uma coincidência.

Um a um os jogadores foram chegando em seus carros insulfilmados, evitando um maior contato com quem aguardava a abertura do portão.

Enquanto os jogadores chegavam, a diretoria de futebol do Palmeiras se reunia com Zago para tratar de seu desligamento do clube. O time já estava em campo, sob o comando de Jorge Parraga, técnico do time B palmeirense, quando o quarto treinador da administração Luiz Gonzaga Belluzzo deixou a Academia com a notícia de que não estaria mais a frente do clube.

"Não houve uma punição muito grande ao treinador (pelo que aconteceu no Rio de Janeiro). Entendemos, em conjunto, que para evitar um desgaste maior ele deveria sair", disse Gilberto Cipullo, vice-presidente de futebol. Assim como aconteceu com Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho, o Palmeiras terá de arcar com parte da rescisão contratual de Zago.

Robert também esteve reunido com a direção do Palmeiras e foi a grande ausência do treino. O jogador teve seu contrato de empréstimo rescindido.

"Robert teve o contrato rescindido pelo fato ocorrido no ônibus. Não houve agressão, mas sim uma discussão. Tendo em vista que o fato se tornou público, não dava para relevar", disse Cipullo sobre a dispensa do artilheiro palmeirense na temporada, com 14 gols marcados.

No treino, os jogadores entraram mudo e saíram calados. Não houve falatório e muito menos as tradicionais brincadeiras vistas quando o jogo não é para valer. No início, Parraga reuniu os novos comandados para uma conversa rápida no meio de campo, longe da imprensa. E então comandou o treino de dois toques em campo reduzido.

A atividade terminou no início da noite, com os jogadores saindo aos poucos do campo de treino, novamente sem muito alarde e sem muitos sorrisos.

Fonte: Terra

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